sábado, 15 de agosto de 2009

Requalificação Ribeirinha de Vila Franca de Xira

Após proceder à edificação de um passeio pedestre ribeirinho entre Alhandra e Vila Franca de Xira, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira anunciou no seu sítio electrónico a apresentação de uma candidatura ao programa POLIS XXI (fundos comunitários), no sentido de requalificar a zona ribeirinha sul do concelho (entre o Sobralinho e a Póvoa de Sta Iria) - clique aqui para ver anúncio.

Como é seu apanágio a CMVFX ao arrepio de tudo e de todos, sem dar a conhecer minimamente a sua ideia/intenção, o projecto, ou previamente ouvir/consultar os cidadãos, as associações e forças partidárias municipais, como que secretamente, arranca com uma candidatura de requalificação de um dos patrimónios mais valiosos do nosso território , isoladamente, governando à bolina do vento pré-eleitoral e de veraneio que nos assola por esta altura...

Ficam para já as ideias e objectivos vagos de criar parques naturais e urbanos, criar um caminho pedonal, de qualificar o espaço público e ambiente urbano (mas será que a maior parte desta frente não tem outro cariz? urbano?), e de estabelecer neste âmbito algumas parecerias com privados.

Trata-se de um investimento global de cerca de 9,8 milhões de euros, dos quais a CMVFX suportará 3,5 milhões, os fundos comunitários outros 3,5 milhões e 2,8 milhões surgirão de parcerias com privados.

Esta semana a comunicação social local e nacional, através de notícias publicadas nos jornais "O Mirante" e "Público" (jornal do dia 11 de Agosto, rubrica «Local»), dão destaque à candidatura em epígrafe e avançam com alguns pormenores que a CMVFX não adiantou. Faça ao exposto, desconhecemos para já a sua correcta correspondência àquilo que efectivamente está em coagitação, ainda assim aconselhamos vivamente a leitura desses apontamentos jornalísticos, de modo a poder ter uma ideia aproximada e enquadramento do que está em causa.

"Os Amigos do Forte" desconhecendo quais as intenções e conteúdo do projecto, bem como da candidatura, abstêm-se para já de tomar uma posição crítica sobre esta iniciativa, apenas manifestando o profundo lamento relacionado com a forma como se desenvolveu este processo. Nesta medida, entendemos nós, que a primeira iniciativa passaria por esclarecer algumas das questões que suscitam maior controvérsia e por tentar obter informação detalhada sobre o suposto projecto, o que fizemos através de requerimento (que seguidamente transcrevemos) enviado à Sr.ª Presidente de Câmara na passada semana.

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Requerimento



Assunto: Esclarecimentos e prestação de informações sobre a requalificação da frente ribeirinha da zona sul do concelho.


A associação cívica “Os Amigos do Forte” tem manifestado ao longo do tempo a sua sensibilidade e determinação na preservação e valorização da frente ribeirinha integrada na sua freguesia e, também, a importância do estabelecimento de uma postura concelhia que permita aos munícipes usufruir da margem direita do Rio Tejo (sobre a qual se implanta o contínuo urbano concelhio).


É aliás exemplo deste posicionamento a proposta de criação de uma pequena rede de circuitos pedonais e cicláveis, apresentada e entregue recentemente (na reunião pública do dia 17 de Junho de 2009) pela nossa associação à C.M.V.F.X.. Entre outros, para a zona ribeirinha do Forte da Casa a proposta prevê a criação de um caminho, do tipo ecopista, a enquadrar devidamente com um processo mais ambicioso de expansão municipal e de intermunicipal, sempre em respeito e em condições de mínima intervenção ambiental.


Aquando da apresentação desta proposta, avançou a Sr.ª Presidente que estaria em curso um estudo de expansão, para norte (mais avançado) e sul, do passeio ribeirinho criado entre Alhandra e Vila Franca de Xira. Ficou igualmente a C.M.V.F. X. de analisar o documento apresentado e o compromisso de, a breve trecho, ser marcada uma reunião de trabalho no sentido de discutir o tema e, mais concretamente, a proposta.


É neste contexto, e sem ter sido contactada no âmbito da proposta apresentada ou a participar na formação de qualquer projecto (pelo menos no que diz respeito à sua freguesia), que os “Os Amigos do Forte” foram surpreendidos com uma notícia publicada no sítio electrónico do município, sobre a candidatura ao Programa Polis XXI no sentido de proceder à «requalificação ribeirinha da zona sul do concelho de Vila Franca de Xira».


Assim sendo, entendemos que se existe uma candidatura é porque existe um projecto, que deve ser mais extenso do que a orientação “estratégica” e objectivos enunciados nesse curto e estreito anúncio.


Por tudo isto, mas essencialmente por seremos parte amplamente interessada nesta questão, vem esta associação requerer lhe seja disponibilizada toda informação relevante sobre a candidatura, bem como sobre o projecto que está subjacente, e depois que sejam esclarecidas as seguintes questões em particular:

  • Em que termos se propõe a C.M.V.F.X. a operacionalizar os objectivos definidos, ou seja, no fundo quais as acções concretas que irão densificar objectivos delimitados?
  • Considerando que a frente ribeirinha do Forte da Casa se encontra minimamente intervencionada (estado quase natural), destinada à actividade agrícola e zona de protecção/leito de cheia, gostaríamos de saber que tipo de interposição está prevista nesta área, nomeadamente, se a solução técnica é semelhante à do passeio ribeirinho já edificado ou, se por outro lado, prevê salvaguarda/enquadramento diverso do contexto ambiental?
  • No caso do Forte Casa, dada a barreira que a via-férrea representa, qual a solução a adoptar no sentido de levar as pessoas até ao rio e em que locais se prevê o atravessamento do referido obstáculo?
  • Em concreto que tipo de espaços de lazer e cultura, e em que locais, se irão criar? E, bem assim, se estes passos incluem a valorização do contexto paisagístico e de observação da flora e, essencialmente, fauna (aves) existentes nestas zonas?
  • Em que contexto os entes privados irão estabelecer parcerias neste projecto e quais as contrapartidas pela sua participação?
  • Se o projecto prevê a (inter)ligação com percursos ribeirinhos a edificar a jusante e a montante do concelho de Vila Franca de Xira, e qual o grau de envolvimento com os municípios adjacentes no sentido de criar um continuo ribeirinho que permita desfrutar desta zona única e, por outro lado, proporcionar uma via de mobilidade alternativa à motorizada de forma segura, saudável, ecológica, e energética mais sustentável?
  • Qual a data para o inicio e conclusão dos trabalhos?
  • Se ainda haverá espaço para os cidadãos e os movimentos cívicos participarem de forma relevante na delimitação da solução final?
  • Quais entidades públicas (INAG; CCDR-LVT; ICNB; etc.) e não governamentais, se as houver, auscultadas e/ou auscultar neste âmbito?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Polémico Viaduto do Forte da Casa tem novo aproveitamento


As imagens valem mais do que mil palavras...

Publica o jornal "O Mirante" na sua edição online, de 27 de Julho, a notícia «Viaduto do Forte da Casa já tem novo aproveitamento». Diz este jornal que «o polémico viaduto sem saída no Forte da Casa, onde estão enterrados dois milhões de euros, já começou a ter aproveitamento. Depois de muitas sugestões, a Junta de Freguesia do Forte da Casa deu o (mau) exemplo e começou a colocar resíduos debaixo da pesada estrutura que nunca serviu para nada. Nasceu mais uma lixeira a céu aberto…».

Parece que o escrúpulo da Junta de Freguesia do Forte da Casa tirou definitivamente férias!

Não há nada a acrescentar, cada um que tire as suas próprias conclusões.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Olhar As Linhas de Torres

Esteve patente em Alhandra a exposição itinerante que nos informa sobre o que está previsto realizar no Concelho de Vila Franca de Xira e noutros onde existem vestígios de redutos, fortes, fortins e outros testemunhos da época das Invasões Francesas, vulgarmente designada de Guerra Peninsular, cujas comemorações do bicentenário decorrem desde 2007.

Na verdade, no caso particular do nosso concelho, que subscreveu a Plataforma Intermunicipal de recuperação das linhas de Torres é com significativa apreensão que constatamos o muito pouco relevo que o município de Vila Franca de Xira tem dedicado a este importante período da nossa história apesar das posições públicas em que muito se diz mas pouco se faz.

Vamos aos factos: no Forte da Casa iniciaram-se as escavações do Forte nº38,estando as mesmas interrompidas vai para um ano, com a agravante de estar danificada a vedação que protegia as mesmas à diversos meses.

A exposição itinerante que esteve em Alhandra já deveria ter passado por esta vila em Março/Abril de 2008. Para além de duas sessões sobre Património relacionado com as linhas de Torres em Alverca, por iniciativa da Câmara nada mais foi feito em termos de divulgação.

No boletim distribuído aos munícipes trimestralmente, não existe qualquer abordagem a esta matéria. Assim sendo, o conhecimento por parte dos nossos concidadãos acerca desta questão está seriamente comprometida.

No que diz respeito á exposição propriamente dita, a forma como a mesma é apresentada carece de uma mais adequada apresentação dos projectos a desenvolver, dado que a concentração de informação num espaço tão reduzido como é o de um contentor a mesma deverá poder ser consultada de forma bem visível o que no caso presente não acontece porque os textos a que me refiro estão demasiado juntos não permitindo uma visualização adequada no caso de haver uma concentração elevada de visitantes.

Por outro lado estando o contentor aberto dos dois lados o que naturalmente se justifica para uma melhor circulação das pessoas deveria ser indicado exteriormente o início de visualização da informação.

Em suma esta exposição é uma versão minimalista deste importante período da nossa história que mereceria outro tipo de tratamento. As imagens apresentadas nos diversos textos apresentados deveriam ser mais apelativos no sentido de reter a curiosidade do visitante e permitir fazer uma adequada ligação entre o que vê e o que lê.

Enquanto membro dos órgãos sociais da Associação Cívica “Os Amigos do Forte” considero pelo já se depreende do que atrás é dito, que se fica muito aquém do que seria expectável em termos de mobilização dos nossos concidadãos para os sensibilizar à volta da defesa e preservação deste importante património.

Eduardo Vicente