Simbolicamente o início do ano é de balanço e de projecção de um novo ano de trabalho. Contudo face ao contexto social, económico e financeiro actual, e concretamente no que concerne à vida da nossa associação, estes dois anos (2010 e 2011) representam um pouco mais do que isso, pois são anos fundamentais na sua já assinalável existência (comemora no dia 17 de Janeiro de 2011 o 7.º aniversário) e na história da freguesia do Forte da Casa.
Se o ano 2011 é o da comemoração dessa efemeridade, o ano 2010 será recordado como o da recuperação (ainda que parcial) do reduto n.º 38 – pertencente à 2.ª linha defensiva de torres – que dá nome à vila e lhe confere identidade. Paralelamente, foi o ano da inauguração do único centro interpretativo a instalar em todo concelho sobre este tema e dos poucos existentes no país. Estas inaugurações representam o culminar de um combate que esteve na génese deste movimento e que há partida era dado como perdido, tal era o desinteresse e a relutância que os responsáveis autárquicos lhe atribuíam, e tão fortes eram os interesses contrários à preservação/valorização deste património.
Esta associação tem vindo a fazer o seu caminho, tem evoluído, alargado o seu campo de influência, de tal forma que hoje já não pode apenas ser conhecida como “os amigos dos fortes” (como determinados responsáveis políticos jocosamente a conotavam publicamente). Se é verdade que esse era o seu grande objectivo, a salvaguarda, preservação e promoção do património histórico ligado à 3.ª Invasão Francesa, não é menos verdade que desenvolveu desde o inicio trabalho noutras áreas: caso das preocupações urbanísticas ao nível da 3.ª e 4.ª fase (processo também ele travado); ao nível da mobilidade/transportes (ex: viaduto dos Caniços); e ambientais (ex: ribeira dos Caniços). Esta diversificação intensificou-se nos últimos dois anos.
Este é um trabalho que dá prazer a quem nele está envolvido. Um trabalho difícil, mas que requer continuidade e uma dedicação ainda maior e de mais elementos, daí que até ao fecho do triénio compreendido entre 2010 e 2013, a associação pretenda continuar a crescer em termos de massa crítica e, com base nesse crescimento, alargar ainda mais a sua capacidade de intervenção, o seu peso na defesa dos interesses da comunidade e de promoção da cidadania. Consolidando para tanto a sua própria estrutura e a sua actividade no sentido dos desafios que a maturidade lhe coloca, num ambiente externo turbulento e de crise que o país atravessa e atravessará no futuro próximo.
Após a fundação do blogue da associação no ano 2008, que até há data tem tipo um duplo papel, o de fórum de discussão, troca aberta de ideias e, por outro lado, de divulgação da actividade da associação e dos acontecimentos centrais que assolam a comunidade (papel normalmente reservado a um sítio electrónico), estão agora reunidas as condições para concretizar um projecto fundamental para o cumprimento da sua missão, concretização dos seus objectivos e projecção futura: será colocado on-line o sítio electrónico da associação (http://amigosdoforte.org/) no dia em que se comemora o seu 7.º aniversário.
Desejamos, apesar das dificuldades que nos reserva o ano corrente, que Os Amigos do Forte contribuam para a transformação das ameaças em oportunidades, e que as forças sejam capazes de nos mover activamente e de converter as fraquezas em energia positiva. Nesta matéria, a cidadania e a actividade cívica em especial têm quanto a nós um papel fundamental numa resposta que se quer determinada e conjunta às adversidades (agora acrescidas e de consequências ainda desconhecidas).
Daquilo que depender de nós, estaremos dentro de um ano noutro contexto e a trabalhar com base noutros horizontes, melhores do que aqueles que por ora se vislumbram.