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eurodeputados portugueses durante a última legislatura comunitária. 
sexta-feira, 23 de maio de 2014
sexta-feira, 2 de maio de 2014
Reserva natural nas antigas salinas de Alverca
«Os 40 hectares para onde estavam previstos armazéns já foram 
considerados a mais importante área de nidificação de aves da zona Norte
 da Área Metropolitana de Lisboa.
A Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira aprovou, por 
unanimidade, uma proposta do Bloco de Esquerda (BE) para que a câmara 
local dê os passos necessários para a classificação das antigas salinas 
de Alverca como Reserva Natural Local. O presidente da câmara também 
apoia a ideia, mas sublinha que será necessário desenvolver um processo 
negocial complexo com a Arco Central, a empresa imobiliária ligada ao 
BES (Banco Espírito Santo), que é proprietária do espaço.
                    Pelo meio coloca-se, também, a questão da Estação de
 Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alverca construída em terrenos 
que, agora, pertencem à mesma imobiliária e que nunca foram pagos, nem 
pela câmara, nem pela Simtejo (empresa que gere o sistema intermunicipal
 de saneamento).
A Arco Central, por seu lado, anunciou, em 2013, 
que ia reclamar uma compensação em tribunal pelo facto de a câmara ter 
decidido chumbar um loteamento para 94.600 metros quadrados de armazéns 
que esteve previsto para as antigas salinas. Nessa altura, os seis votos
 conjugados da oposição camarária (3 da CDU e 3 da coligação liderada 
pelo PSD) sobrepuseram-se aos cinco do executivo socialista, que admitia
 que a Arco Central poderia ter ali alguns direitos adquiridos.
Certo
 é que as antigas salinas de Alverca, situadas entre a linha-férrea e o 
Tejo, a sul das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA), são hoje
 um dos mais importantes refúgios de avifauna selvagem. Foram mesmo 
classificadas como biótopo Corine por uma organização internacional, e 
sabe-se que há uma grande interligação entre esta área e a vizinha 
Reserva Natural do Estuário do Tejo, situada do outro lado do rio.
Na
 Assembleia Municipal de Vila Franca, Maria do Carmo Dias, eleita do BE,
 apresentou, agora, uma moção em que defende a criação da Reserva 
Natural Local das Salinas de Alverca, frisando que este espaço, com 
cerca de 40 hectares, “revela-se extraordinariamente importante como 
área de nidificação e de refúgio alimentar de imensas espécies de aves 
selvagens”.
O documento sublinha que a importância natural deste 
sítio é “unanimemente” reconhecida por associações de defesa do ambiente
 e considera que a sua protecção como reserva natural poderá, também, 
criar condições para vir a integrar os roteiros internacionais de 
divulgação da ornitologia.
O socialista Alberto Mesquita, 
presidente da autarquia, também se mostra de acordo com a proposta, e 
julga que será possível “compatibilizar” esta ideia de reserva natural 
com os interesses dos privados que têm terrenos naquela área. “Encaro 
essa ideia como uma possibilidade”, disse o autarca ao PÚBLICO, 
admitindo que, para explorar a proposta, a câmara terá que começar por 
negociar com os proprietários dos terrenos.
“Queremos preservar o 
nosso meio natural, mas queremos também criar condições para instalação 
de empresas e criar postos de trabalho. Creio que, com um estudo de 
impacte ambiental apropriado e rigoroso, é possível encontra soluções. 
Vejo com simpatia a proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda”, assume
 o presidente da câmara, eleito pelo PS, frisando que já ali existem uma
 bacia de retenção e a ETAR de Alverca.
Na última sessão da 
assembleia municipal, António Sousa observou que a bancada do PS está de
 acordo com a proposta, mas relembrou que “os terrenos são privados” e 
que a aprovação da proposta “irá obrigar a câmara a negociar com os 
proprietários, o que o PS também defende”, referiu.
Carlos Patrão,
 eleito do BE, sustentou, por seu turno, que “é muito importante que 
exista esta reserva natural no concelho de Vila Franca de Xira”. Já 
Hélder Careto, eleito da Coligação Novo Rumo (PSD/PPM/MPT), também apoia
 a ideia, mas recordou que, no mandato anterior, a comissão de ambiente 
da assembleia municipal produziu um relatório sobre esta matéria e que a
 discussão do assunto deverá envolver várias entidades, desde logo o 
Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade.
Alberto 
Mesquita reafirmou, na assembleia municipal, que vê com muita simpatia a
 aprovação desta proposta, mas reconheceu que é necessário também 
encontrar uma solução em termos negociais com os privados. “O que sugiro
 é que possamos trabalhar uma solução, que apresentaremos à comissão 
respectiva da assembleia municipal para se poder pronunciar”.
No 
entender do autarca do PS, será possível compatibilizar ali uma “série 
de interesses”, desde a vontade dos órgãos municipais de criar a reserva
 natural, às pretensões dos privados, à ETAR e à ligação ao Parque 
Linear Ribeirinho, já existente a sul das antigas salinas.»
Artigo de Jorge Talixa
Jornal Público online
21 de fevereiro de 2014
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