Num artigo há dias publicado na comunicação social regional, podíamos ler que Vila Franca de Xira tem mais carros do que pessoas, traduzindo essa metáfora a debilidade ao nível da mobilidade e estacionamento na cidade.
Tendo presente que as questões de mobilidade são, em primeiro lugar, um desafio nacional e que afectam as duas grandes cidades, as cidades envolventes (que formam as áreas metropolitanas) e a esmagadora maioria dos centros urbanos de média dimensão, consideramos fundamental parar para pensar e agir em conformidade não só ao nível local como nacional.
Devemos começar por questionar:
- Como nos queremos movimentar nas nossas cidades e se movimentam os cidadãos em cidades de país desenvolvidos? Estará o nosso paradigma alinhado com os padrões civilizacionais mais recentes?
- Vamos continuar a desperdiçar energia, a prejudicar o ambiente, a delapidar a sustentabilidade de tal forma que comprometa o usufruto das gerações vindouras?
- Para quando uma aposta verdadeira na mobilidade com recurso a meios de transportes suaves?
- Para quando uma aposta verdadeira no transporte colectivo em detrimento do transporte individual?
- Para quando uma aposta na criação de uma rede integrada e intermodal de transportes públicos nas cidades e nosso país?
- Para quando a elaboração, tendo em vista a sua efectiva concretização, de planos de mobilidade?
No caso de Vila Franca, uma cidade pequena (em território e n.º de habitantes) e essencialmente plana:
- Porque não se aposta na circulação pedonal, ciclomotora e outros meios suaves, pelo menos para as deslocações internas?
- Para quando a dissuasão do atravessamento atomóvel da cidade e estacionamento de automóveis no centro interior?
- Porque não se dá prioridade ao peão ou ao ciclista em detrimento do automóvel?
- Porque não existem bolsas de estacionamento de ciclomotores gratuitas por toda cidade?
- Para quando não temo um plano (sério) de mobilidade?
- (...)
Parece ser necessário fomentar a utilização de outros meios de transporte para lá dos tradicionais, passando o papel das entidades públicas pelo desenvolvimento e implementação de soluções que satisfaçam as necessidades das comunidades de acordo com aqueles que são os requisitos de eficiência, de sustentabilidade, do respeito pelo meio ambiente e valorização do bem-estar generalizado, mas também é seu dever informar e trabalhar no campo da formação de uma cidadania mais responsável e atenta aos desafios presentes (logo de futuro).
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