segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Plataforma logística da Castanheira não avança

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Num artigo intitulado "Plataforma logística marca passo em Castanheira do Ribatejo", o Jornal Público, no passado dia 3 de Outubro, noticiava que a obra está completamente parada há muitos meses.

Esta notícia, junta-se a outras e às evidências que os olhos de cada um podem comprovar, um dos projectos mais emblemáticos do último Governo, com forte apoio e envolvimento da autarquia de Vila Franca, com enormes consequências ambientais, parece estar agora a viver dias difíceis. Como terminará este processo? Quantos milhares ou milhões públicos e outros danos colaterais teremos ainda de sofrer? Resgatará a crise económica e financeira estes terrenos de um destino cruel?

Eis a notícia do Público na integra:

«Três anos e meio após o lançamento da plataforma logística Lisboa-Norte, para a qual estava previsto um investimento de 265 milhões de euros e a criação de 17.500 empregos directos e indirectos, ainda não foi construído um único pavilhão, estando as obras paradas há meses.
Sediado na freguesia de Castanheira do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, o empreendimento foi apresentado com pompa e circunstância a 11 de Março de 2008, com a presença do então primeiro-ministro José Sócrates.

A promotora do empreendimento é a empresa espanhola Abertis Logística, cujo director-geral, Josep Canós, disse, na altura, que a plataforma ia oferecer armazéns modernos e versáteis numa área de 500 mil metros quadrados. Era intenção da empresa começar a comercializar os primeiros armazéns
durante 2011”. Mas as únicas obras visíveis prendem-se com os acessos à auto-estrada do Norte e à Estrada Nacional 1, estando os cerca de 100 hectares, delimitados pela central termo-eléctrica do Carregado e a nova estação de caminho-deferro, vedados com arame e blocos de cimento. A empresa mantém no local um stand de vendas com uma funcionária.

“A obra está completamente parada há muitos meses e o que se tem feito são os acessos. Sentimos uma grande preocupação, pois havia a promessa da criação de milhares de empregos e
nada disso aconteceu até agora”, disse à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Castanheira do Ribatejo, Ventura Reis. O autarca diz que tem a informação, da Câmara de Vila Franca e da empresa, “de que há um ou dois interessados em se instalarem na plataforma logística”, mas, para já, “não há nada em concreto”.

“Desafectou-se um terreno que era Reserva Agrícola e continha um dos melhores lençóis de água doce da Europa para se chegar a esta situação”, lamenta Ventura Reis. De acordo com o município de Vila Franca, a empresa conta começar a construir os primeiros pavilhões até ao fi nal do ano ou no início de 2012.

A autarquia atribuiu o atraso “à retracção do mercado, provocada pela crise económica e financeira que se está a viver em toda a Europa”. Avança ainda que “existem negociações com empresas interessadas em instalar-se” no local, mas não revela quais, nem quantas. A promotora espanhola assegura que as obras “se encontram concluídas em cerca de 66%” e, no caso dos acessos, em 20% – o que permite avançar com os trabalhos de construção dos armazéns. No entanto, não adianta quando é que essas obras irão começar, nem quantas empresas estão interessadas em se instalar ali.

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