Ocorre neste mês de Janeiro o 9ª aniversário da Associação (mais precisamente a 17) e o 13ª quando se iniciou o movimento que deu origem a este projecto cívico cuja motivação girou à volta da defesa do património, enquanto valor de inestimável importância para fazer prevalecer a identidade de determinado local, que no caso concreto desta vila do Forte da Casa, pretendeu salvaguardar os vestígios das fortificações e redutos das denominadas Linhas de Torres, construídas na época das Invasões Francesas ao nosso país.
Ao longo deste tempo, se é um facto que a nossa acção em parte do seu percurso, se ocupou desta questão, também podemos constatar que outros aspectos motivaram a nossa intervenção, nomeadamente as preocupações relacionadas com a acção desenvolvida pela autarquia do concelho de Vila Franca de Xira, quanto ao ordenamento do território, nas decisões quanto à política urbanística, ambiental e cultural.
Um dos propósitos da nossa acção prende-se com a necessidade de promover o debate, a reflexão sobre a coisa pública e consequentemente originar a participação cívica dos nossos concidadãos no sentido em que as decisões dos órgãos do poder político, não deverão alhear-se das necessidades e anseios daqueles. A acção política do poder local ou central é ciclicamente sufragado pelos cidadãos nos actos eleitorais e no intervalo desse tempo, não é lícito que os eleitos, frequentemente violem as promessas e programas com que se apresentam a sufrágio.
Só uma sociedade em que os cidadãos sejam parte activa e participativa , pode aspirar a atingir gradualmente patamares de desenvolvimento e resolução dos problemas com que se deparam.
A intervenção cívica não se proclama, antes se pratica e é esse sentido que neste breve comentário pretendo transmitir, não só aos nossos associados mas também aos meus concidadãos em geral, através do nosso blogue e na imprensa regional.
Parte substancial da nossa acção nos últimos anos tem sido direccionada para os nossos concidadãos, que como é óbvio inclui os nossos associados. Consultem o nosso blogue, acompanhem o seu conteúdo, intervenham e prestem atenção ás nossas iniciativas, na medida das nossas possibilidades, iremos exercendo a nossa intervenção cívica.
Num tempo, como o actual, em que o discurso político de quem detém o poder tudo se submete a um único desígnio, austeridade, impondo medidas e procedimentos que agravam substancialmente as condições de vida de vastos sectores da população deste país, com o agravante de tal desígnio não ter sido uma prerrogativa determinada pelo povo português.
São imposições externas, fielmente seguidas e agravadas por quem deveria de ter o mínimo decoro de considerar que neste país existe gente. Se quem gere o Estado, que somos todos nós, ao longo de sucessivos governos não cuidou devidamente da gestão dos impostos que lhes confiamos, então o apuramento de responsabilidades é algo que tarda em se fazer, porque quem nos garante que depois desta tempestade, não se voltará a repetir?
Dito isto, a coisa pública é matéria que a todos diz respeito e nesse sentido cada um poderá pela sua parte aos diversos níveis de actuação contribuir para que este país, não seja um território de oportunidades perdidas.
Esta associação enquanto organização cívica, continuará a tentar trilhar o caminho ao nível local de promover o debate a reflexão e apresentação de propostas que contribuam para melhorar soluções que vão ao encontro dos anseios dos nossos concidadãos.
Em tempo de aniversário, celebrar é assumidamente com determinação prosseguir o percurso iniciado há nove anos atrás, ultrapassar as dificuldades e olhar em frente.
Saudações Associativas
Eduardo Vicente
Presidente da Associação Cívica “Os Amigos do Forte”