Ribeiro Telles foi esta semana distinguido com o "Nobel" da Arquitetura Paisagista, o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, atribuído pelos seus pares, durante o Congresso da Federação Internacional dos Arquitetos Paisagistas, em Auckland, na Nova Zelândia.
O prémio tem como objetivo "reconhecer um arquiteto paisagista cuja obra
e contribuições ao longo da vida tenham tido um impacto incomparável e
duradoiro no bem-estar da sociedade e do ambiente e na promoção da
profissão".
Fica aqui a merecida e devida vénia a esta lenda viva em prol do ambiente, da paisagem, de humana cidade mais sustentável, humana e integradora.
De seguida apresentam-se alguns dos momentos mais marcantes da obra e vida, assim como as notícias publicadas nas últimas horas sobre esta distinta personagem.
A Obra
«Como arquiteto paisagista, moldou de forma significativa a
capital portuguesa e a área metropolitana, com projetos que vão dos
jardins da sede da Fundação Calouste Gulbenkian - Prémio Valmor de
1975, que assinou com António Viana Barreto -, ao Vale de Alcântara, ao
Parque de Monsanto ou ao Jardim Amália, no Parque Eduardo VII.
O Corredor Verde de Monsanto e a integração da zona ribeirinha
oriental e ocidental, na Estrutura Verde Principal de Lisboa, assim
como os projetos do Vale de Alcântara e da Radial de Benfica, do Vale
de Chelas e do Parque Periférico também são da sua autoria.»
A Vida
«Nascido em Lisboa, a 25 de maio de 1922, Gonçalo Pereira Ribeiro
Telles licenciou-se em Engenharia Agrónoma e formou-se em Arquitetura
Paisagista no Instituto Superior de Agronomia, onde iniciou a vida
profissional como assistente e discípulo de Francisco Caldeira Cabral.
Foi professor catedrático convidado da Universidade de Évora,
criando as licenciaturas em Arquitetura Paisagista e em Engenharia
Biofísica, e destacou-se na intervenção pública contra a ditadura
salazarista, nas sessões do Centro Nacional de Cultura.
Ainda na política, fundou, em 1957, com Francisco Sousa Tavares, o
Movimento dos Monárquicos Independentes e, depois, o Movimento dos
Monárquicos Populares, apoiando, um ano mais tarde, a candidatura
presidencial de Humberto Delgado.
Em 1971 ajudou a fundar o movimento Convergência Monárquica e, após o
25 de Abril de 1974, fundou o Partido Popular Monárquico, a cujo
diretório presidiu. Em 1979, integrou a Aliança Democrática, liderada
por Francisco de Sá Carneiro.
Foi subsecretário de Estado do Ambiente nos I, II e III Governos
Provisórios, e secretário de Estado com a mesma tutela no I Governo
Constitucional, foi deputado na Assembleia da República, na década de
1980, e integrou o VIII Governo Constitucional, como Ministro de Estado
e da Qualidade de Vida.
Paralelamente à atividade política, criou as zonas protegidas da
Reserva Agrícola Nacional, da Reserva Ecológica Nacional e lançou as
bases do Plano Diretor Municipal de Lisboa.
Viria a criar o Movimento Alfacinha, para se candidatar à Câmara
Municipal de Lisboa, tendo sido eleito vereador, e fundou mais tarde o
Movimento O Partido da Terra, ao qual preside de forma honorária desde
2007.
Foi galardoado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, em 1994, pelo Presidente da República Mário Soares.»
Nota: A fonte das citações supra é a notícia publicada pela SIC Notícias no dia 10 de abril, pelas 10:23 e cuja ligação segue abaixo.
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