sábado, 13 de abril de 2013

Gonçalo Ribeiro Telles - "Nobel" da Arquitetura Paisagista


Ribeiro Telles foi esta semana distinguido com o "Nobel" da Arquitetura Paisagista,  o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, atribuído pelos seus pares, durante o Congresso  da Federação Internacional dos Arquitetos Paisagistas, em Auckland, na Nova  Zelândia. 

O prémio tem como objetivo "reconhecer um arquiteto paisagista cuja obra e contribuições ao longo da vida tenham tido um impacto incomparável e duradoiro no bem-estar da sociedade e do ambiente e na promoção da profissão".

Fica aqui a merecida e devida vénia a esta lenda viva em prol do ambiente, da paisagem, de humana cidade mais sustentável, humana e integradora.

De seguida apresentam-se alguns dos momentos mais marcantes da obra e vida, assim como as notícias publicadas nas últimas horas sobre esta distinta personagem.

A Obra

«Como arquiteto paisagista, moldou de forma significativa  a capital portuguesa e a área metropolitana, com projetos que vão dos jardins  da sede da Fundação Calouste Gulbenkian - Prémio Valmor de 1975, que assinou  com António Viana Barreto -, ao Vale de Alcântara, ao Parque de Monsanto  ou ao Jardim Amália, no Parque Eduardo VII.

O Corredor Verde de Monsanto e a integração da zona ribeirinha oriental  e ocidental, na Estrutura Verde Principal de Lisboa, assim como os projetos  do Vale de Alcântara e da Radial de Benfica, do Vale de Chelas e do Parque  Periférico também são da sua autoria.»

A Vida 

«Nascido em Lisboa, a 25 de maio de 1922, Gonçalo Pereira Ribeiro Telles  licenciou-se em Engenharia Agrónoma e formou-se em Arquitetura Paisagista  no Instituto Superior de Agronomia, onde iniciou a vida profissional como  assistente e discípulo de Francisco Caldeira Cabral.

Foi professor catedrático convidado da Universidade de Évora, criando  as licenciaturas em Arquitetura Paisagista e em Engenharia Biofísica, e  destacou-se na intervenção pública contra a ditadura salazarista, nas sessões  do Centro Nacional de Cultura.

Ainda na política, fundou, em 1957, com Francisco Sousa Tavares, o Movimento  dos Monárquicos Independentes e, depois, o Movimento dos Monárquicos Populares,  apoiando, um ano mais tarde, a candidatura presidencial de Humberto Delgado.

Em 1971 ajudou a fundar o movimento Convergência Monárquica e, após  o 25 de Abril de 1974, fundou o Partido Popular Monárquico, a cujo diretório  presidiu. Em 1979, integrou a Aliança Democrática, liderada por Francisco  de Sá Carneiro.

Foi subsecretário de Estado do Ambiente nos I, II e III Governos Provisórios,  e secretário de Estado com a mesma tutela no I Governo Constitucional, foi  deputado na Assembleia da República, na década de 1980, e integrou o VIII  Governo Constitucional, como Ministro de Estado e da Qualidade de Vida.

Paralelamente à atividade política, criou as zonas protegidas da Reserva  Agrícola Nacional, da Reserva Ecológica Nacional e lançou as bases do Plano  Diretor Municipal de Lisboa.

Viria a criar o Movimento Alfacinha, para se candidatar à Câmara Municipal  de Lisboa, tendo sido eleito vereador, e fundou mais tarde o Movimento O  Partido da Terra, ao qual preside de forma honorária desde 2007.

Foi galardoado com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, em 1994, pelo Presidente  da República Mário Soares.» 

Nota: A fonte das citações supra é a notícia publicada pela SIC Notícias no dia 10 de abril, pelas 10:23 e cuja ligação segue abaixo.

Notícias sobre o tema

Jornal de Negócios (inclui entrevista concedida em abril de 2009)

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