Realizou-se, no passado Sábado dia 11 de Outubro, a 11ª Marcha dos Fortes organizada pelo Clube de Actividades de Ar Livre, Associação de Marchas e Passeios do Concelho de Torres Vedras e Câmara Municipal de Loures.
Esta iniciativa de carácter lúdico, desportivo, de convívio e evocativo da importância que a construção das Linhas de Torres tiveram para a expulsão do exército Napoleónico do nosso país aquando da 3ª invasão no decorrer da Guerra Peninsular no séc. XIX.
Foram percorridos 42,4 Km, cujo início teve lugar na Quinta do Vale do Corvo no Concelho de Torres Vedras, com término em Bucelas. Acorreram a esta marcha centenas de participantes, entre os quais uma delegação de Espanha. Apesar de as condições meteorológicas, caracterizadas por chuva, vento e nevoeiro não serem as mais favoráveis, tal não desmobilizou quem acorreu a esta marcha.
Salienta-se o apoio logístico facultado pelas Câmaras Municipais de Torres Vedras (no caso com a presença do presidente na partida para o início da marcha em direcção à Serra do Socorro), Sobral de Monte Agraço, Mafra, Arruda dos Vinhos e Loures.
Por trilhos de excelente beleza paisagística e caminhos rurais ainda que envoltos por densa nebulosidade em parte do percurso, nomeadamente nos pontos mais elevados como na Serra do Socorro, no Alqueidão ou no Forte da Carvalha cujo perfil topográfico se situava entre os 390 e 440 mts de altitude, permitiu ter uma noção ainda que limitada do que teria sido a deslocação de populações e do exército anglo-luso para a rectaguarda das linhas com toda a panóplia de haveres no primeiro caso e de material de guerra no segundo.
Nesta longa caminhada foi então possível aceder aos seguintes locais das linhas: Serra do Socorro (Centro Interpretativo e Posto de Sinais), Forte da Enxara Grande (Mafra), Forte Grande do Alqueidão (Sobral de Monte Agraço), Forte da Carvalha (Arruda dos Vinhos), À-do-Mourão (Arruda dos Vinhos) e Forte do Arpim (Loures).
No decurso desta marcha em que inegavelmente é testemunhado a excelência da beleza paisagística da região oeste, quer nos embrenhemos nas zonas rurais quer nas zonas montanhosas, não pode deixar de se referir em como em diversos locais se assiste à total insensibilidade de concidadãos nossos que persistem em proceder a deposição de materiais e lixo de diversa natureza, nos locais que mereceriam o máximo de cuidado na preservação ambiental.
Esta Marcha dos Fortes, tornou-se na maior actividade de pedestrianismo regular do nosso país, sendo que o CAAL (Clube de Actividades de Ar Livre) é membro da ERA (European Ramblers Association), federação europeia da modalidade que representa cerca de 3,5 milhões de praticantes filiados.
Terminaram esta grande marcha 265 participantes, entre os quais o autor deste texto, cuja motivação para regressar em próxima iniciativa fica desde já expressa. Parabéns também a todos aqueles que não tendo terminado, certamente que no decurso do percurso que efectuaram, terão encontrado motivos para voltar.
Fica aqui lançado o desafio aos associados da Associação Cívica “Os Amigos do Forte” e a todos os que tenham lido este texto a participar na próxima grande Marcha dos Fortes.
Não tendo tido oportunidade de efectuar fotografias sobre este evento (as que tenho são muito poucas) e não estão nas melhores condições devido à nebulosidade, sugiro que consultem o site da organização que promoveu a marcha, onde podem consultar os diversos arquivos fotográficos (CAAL: www.clubearlivre.org).
Eduardo Vicente