A Associação Cívica “Os Amigos do Forte” ao promover no passado dia 21 de Novembro, a realização da Jornada sobre o património – Plataforma Intermunicipal das Linhas de Torres e o seu impacto na vila do Forte da Casa, teve como principal objectivo levar ao conhecimento dos cidadãos em geral e em particular aos residentes na vila, o conteúdo do protocolo assinado entre os vários municípios que são atravessados pelas linhas defensivas de Torres Vedras, onde se comprometeram a proceder à recuperação e divulgação de uma das mais bem estruturadas obras militares da Europa, sendo o Forte da Casa o local onde se inicia a 2ª linha deste conjunto de fortificações e redutos que frustrou a 3ª tentativa de submeter o nosso país ao domínio napoleónico no século XIX.
Na verdade existindo nesta vila ainda os vestígios de cinco fortificações, entendemos que não podemos passar ao lado da recuperação e preservação deste importante espólio.
Nesse sentido convidamos a vereadora Conceição Santos e a Dr.ª Graça Nunes da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira para nos dar conta do conteúdo dessa plataforma da qual fazem também parte os municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Sobral de Monte Agraço, Mafra e Torres Vedras.
Na expectativa de que a anunciada recuperação do forte 38 designado de Forte da Casa, donde advém a designação da vila, se venha finalmente a concretizar já que consta do plano de recuperação de um conjunto de outros redutos dispersos ao longo das Linhas de Torres. E estando previsto neste mesmo local a implementação de um Centro Interpretativo, esperamos que o projecto de requalificação da envolvente venha proporcionar a dignificação adequada ao local e devolver à população um espaço pelo qual à diversos anos se espera que constitua um local de referência na vila e no concelho.
Por outro lado, não sendo as restantes fortificações existentes contempladas por este projecto, não deixaremos de junto da Câmara ou de outras entidades ligadas a esta matéria reclamar pela devida protecção, preservação e recuperação das mesmas, tendo em conta que os valores culturais ligados ao património não podem ser encarados como questões de permanente adiamento.
Lamentamos por isso mesmo que nenhuma das fortificações existentes no Forte da Casa, não se encontre em vias de classificação por parte do IPPAR, para imóvel de interesse público.
Até 2010, ponto alto das comemorações do bicentenário das Linhas de Torres é tempo de os cidadãos se informarem, participarem e intervirem de forma activa nos diversos concelhos onde estes vestígios existem, para que este legado de um tempo que trouxe importantes transformações ao mundo e ao nosso país, não se perca na indiferença da ignorância, para além da homenagem devida aos milhares de camponeses e outros elementos do povo que pereceram na sua construção.
Não podemos deixar de realçar que no dia seguinte à realização desta jornada foi inaugurado o 1º circuito da Rota Histórica das Linhas de Torres (Circuito da Enxara), do centro interpretativo da Serra do Socorro, e da colocação à disposição por parte das populações dos fortes 28 (Forte Grande) e 29 (Forte Pequeno) no concelho de Mafra.
Esperamos pela hora, em que veremos o mesmo tratamento ao património do concelho de Vila Franca de Xira e no caso particular do Forte da Casa.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
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