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Numa semana em que Vila Franca de Xira assistiu com toda a pompa e circunstância ao lançar da primeira pedra do novo Hospital de Vila Franca de Xira (uma necessidade antiga), na qual estiveram presentes o primeiro-ministro e ministra da saúde, as freguesias a sul do concelho receberam a notícia que o acesso aos cuidados de saúde dos cidadãos que ali residem irá ficar fortemente prejudicado pois, a partir do dia 01 de Setembro, os fregueses da Póvoa de Sta Iria, Forte da Casa, Vialonga e Alverca terão apenas disponível um centro de saúde para responder às urgências de saúde (o chamado atendimento complementar) ao fim-de-semana e durante a semana o centro da Póvoa de Sta Iria, que serve também o Forte da Casa e Vialonga, vê o seu horário de atendimento encurtado em 2 horas (passa atender das 17h às 20h) o que irá limitar o acesso a milhares de cidadãos que não terão assim possibilidade de ser atendidos.
A justificação apresentada pela directora do agrupamento dos serviços de saúde de Vila Franca de Xira passa desta vez pela falta de recursos humanos, mas poderia ser tão simplesmente por motivos de eficiência económica ou outros. Certo é que o cidadão tem um serviço de saúde cada vez de menor qualidade. Se é verdade que há cerca de uma década se dotou e investiu fortemente na construção de centros de saúde novos na maioria das freguesias concelhias, com maior capacidade e valências, nos últimos tempos temos vindo, alegadamente por falta de meios, a assistir ao progressivo decréscimo da manutenção dos serviços (capacidade instalada) e da qualidade que lhe está associada.
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Caso especialmente grave é o dos cidadãos do Forte da Casa, que há cerca de 3 anos deixaram de ter na sua freguesia urgências. Na altura, por questões de racionalização de meios foram obrigados a recorrer ao Centro da Póvoa de Sta Iria (o qual ficou assim a servir 3 freguesias; as referidas e Vialonga). Agora os cidadãos do Forte da Casa são novamente empurrados para outro centro de saúde, neste caso o de Alverca, que passa a responder às necessidades de 4 freguesias.
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Exmos senhores responsáveis da saúde deste país e das autarquias locais referidas, lembramos que as freguesias abrangidas representam cerca de 70% da população residente no concelho, num total que rondará os 83.000 habitantes.
Exmos senhores responsáveis da saúde deste país e das autarquias locais referidas, lembramos que as freguesias abrangidas representam cerca de 70% da população residente no concelho, num total que rondará os 83.000 habitantes.
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Não merecerão estes cidadãos outro serviço de saúde?
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Ficam os edifícios, as construções, os investimentos financeiros, perde-se progressivamente o serviço de saúde. Porquê? Porque não há médicos ou outros recursos humanos suficientes ou porque não há disponibilidades financeiras para manter tudo a funcionar.
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É tempo de apreender com os erros do passado, dos responsáveis políticos serem sérios no estabelecimento prioridades e na hora de investir. Onde estão as análises custo-beneficio, os estudos de viabilidade económica e finanaceira ou a avaliação dos custos de oportunidade?
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Parece que alguns responsáveis ainda não aprenderam ou não querem aprender com os erros do passado, pelo menos se considerarmos o exemplo da recentemente inaugurada piscina do Forte da Casa, a qual passa maior parte do tempo fechada. Sabe porquê? Pasmem-se os caros concidadãos, dizem os responsáveis políticos que não há procura! Resta saber em que estudos económicos se suportou a decisão de construir.
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Deixamos aqui algumas notícias publicadas na comunicação social:
- Jornal i;
- O Mirante;
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