segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Munícipe de Vialonga apresenta plano de ordenamento de trânsito para a freguesia

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Notíciava o jornal O Mirante na sua edição online de 04 de Novembro de 2010, que um reformado, o cidadão João Bigode, «deitou mãos à obra e criou um plano de ordenamento de trânsito para Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira. Um dos objectivos do documento é aliviar a carga automóvel na principal estrada que atravessa a freguesia. Acrescenta que apresentou a ideia à câmara municipal, que por sua vez achou o projecto tão interessante que está analisá-lo.»
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Antes de reproduzirmos a reportagem publicada, cabe saudar a iniciativa deste concidadão. São contributos como estes, espontâneos e deslocados da mera iniciativa político-partidária que vem provar que os cidadãos, por si só, também têm vontade e capacidade de assumir as suas responsabilidades e outrossim darem o seu contributo com base na experiência profissional, de vida e da vivência do dia-a-dia nas comunidades em que se inserem.
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Este é um precioso recurso/contributo que, ainda mais em tempos de crise, deve ser aproveitado. A administração local não pode continuar de costas voltadas para os cidadãos, maquiando a participação cívica com pseudo-consultas públicas, pseudo-envolvimentos, deve antes governar para e com estes, pois só assim pode resolver de forma adequada (e eficiente) os desafios que se lhe colocam, pagando, por vezes, quantias astronómicas a empresas e consultoras para fazer algo que um cidadão pode fazer sem custos, com motivação e sabedoria.
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Será difícil que todo o cidadão seja capaz, como João Bigode, de apresentar soluções claras e tecnicamente fundamentadas e em tempo, mas alguns estarão disponíveis e à altura de o fazer individualmente ou em grupo. Mesmo os pequenos contributos e mera auscultação tem de ser uma ferramenta à qual os organismos locais têm de recorrer.
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Esperemos que após o entusiasmo inicial, com impacto mediático adequado ao momento, a Câmara de Vila Franca de Xira e demais entidades locais envolvidas se debrucem verdadeiramente sobre este trabalho e que façam dele contributo, ferramenta e, quem sabe, solução de um problema.
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Esperemos que não tenha este plano o mesmo destino que teve uma proposta d' Os Amigos do Forte, de criação de uma rede de circuitos pedonais e cicláveis, em Junho de 2009, que não passou do entusiasmo das reuniões públicas de câmara e freguesia, e que viu com o tempo cair por terra a intenção de reunir e trabalhar sobre o documento apresentado.
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Reprodução da reportagem:

«Limitar a circulação automóvel a um único sentido nas ruas Primeiro de Maio, Egas Moniz e Coronel Lobo da Costa, em Vialonga, concelho de Vila Franca de Xira, criar melhores acessos às vizinhas freguesias do Forte da Casa e Póvoa de Santa Iria e pugnar pela construção do nó dos Caniços que servirá de ligação à Auto-Estrada do Norte (A1) são alguns dos objectivos do plano de ordenamento de trânsito de Vialonga.

O documento está a ser analisado na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e tem a particularidade de não ter sido criado por um engenheiro ou doutor. João Bigode, 62 anos, reformado, desenhador da Mague durante 30 anos, passou recentemente para o papel uma ideia que lhe ocupava a mente há quase cinco anos: sugerir uma alternativa de trânsito que alivie o tráfego automóvel no centro de Vialonga e facilite a sua ligação com as freguesias vizinhas.

Garante que não o fez por publicidade ou dinheiro, mas apenas por querer ver a freguesia onde nasceu livre da poluição automóvel. “Eu deparo-me com imenso tráfego no interior da vila e sobretudo nas horas de ponta vive-se um pandemónio”, conta a O MIRANTE. A sua solução, refere, servirá mais de 70 mil pessoas das freguesias de Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga.

“Com o nó dos Caniços conseguiríamos que muitos condutores destas três freguesias não tivessem de se deslocar ao nó de Alverca para sair da auto-estrada, por exemplo. Todos ficariam a ganhar”, refere.

Além da restrição da principal via de atravessamento de Vialonga a um único sentido João Bigode defende ainda um alargamento de algumas rotundas e artérias, bem como uma variante à localidade de Alpriate. A existência de passadeiras em relevo nas vias interiores e a renovação da sinalética existente na freguesia são outras das sugestões do munícipe.

Passar o projecto da mente para o papel foi rápido, demorou pouco mais de dois meses. “Foi só cartografar, assinalar os locais e explicá-los. Isto que estou a fazer é apenas a exercer a minha cidadania. Lembrei-me de contribuir, apenas isso, e como sou um munícipe que não estou agarrado a nenhuma força política estou à vontade para dizer bem do que está bem e mal do que está mal”, confessa.

O reformado ficou surpreendido quando a 25 de Agosto a vereação da câmara municipal lhe teceu alguns elogios quando apresentou o projecto numa reunião de câmara. “Também já falei com o presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria (Jorge Ribeiro) e do Forte da Casa (António José Inácio), que me disseram que temos aqui óptimas soluções, que é um bom projecto, mas estas coisas têm de ser bem analisadas”, adianta. Em estudo João Bigode já tem uma “segunda fase” do seu plano, que envolve uma variante a norte de Vialonga

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