A Câmara de Torres Vedras quer atrair turistas aos fortes que há 200 anos foram construídos para defender Lisboa das tropas francesas e vai lançar um áudio-guia para contar a história às crianças, anunciou hoje a vereadora da Cultura.
Ana Umbelino disse à agência Lusa que a autarquia vai, no início do próximo ano letivo, lançar um áudio-guia para crianças, contando-lhes a história das Linhas de Torres enquanto visitam o património.
A câmara municipal promove hoje uma visita aos locais das Linhas de Torres para dar a conhecer o trabalho de recuperação e valorização dos fortes e redutos já realizado, no qual já foram investidos 530 mil euros.
Uma parte (345 mil euros) foi financiada pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu, no âmbito do projeto intermunicipal de recuperação das Linhas de Torres, que abrange ainda os municípios de Arruda dos Vinhos, Loures, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.
Segundo a autarca, a primeira fase da intervenção “está concluída” e incluiu a instalação de uma réplica do inovador telégrafo usado há 200 anos pelo exército luso-britânico, hoje inaugurado.
O sistema de comunicações permitia transmitir mensagens codificadas, recorrendo ao código semafórico, baseado em bandeiras de cores diferentes ou a ponteiros.
Desde 2008, foram feitos levantamentos topográficos, diagnósticos do estado de conservação dos fortes, limpeza e requalificação dos fortes de Olheiros e São Vicente e sondagens e escavações arqueológicas.
A autarquia concebeu também a exposição “Guerra Peninsular 1807-1814”, que se está patente no Museu Leonel Trindade, adquiriu terrenos para o futuro centro interpretativo, lançou um percurso pedestre dedicado ao tema e editou publicações.
A vereadora da Cultura adiantou que até setembro o município vai avançar com uma candidatura a fundos comunitários para acabar o que falta fazer, contando com investimentos até 2012.
As principais intervenções passam pela requalificação dos fortes de São Vicente e de Olheiros, pela musealização dos paióis e de um moinho, pela construção de um centro de acolhimento aos visitantes no forte de São Vicente e pela instalação de painéis informativos para os turistas.
O investimento é de mais de um milhão de euros, aos quais se juntam outros quatro milhões na construção de um centro interpretativo no forte da Forca, cujo início não está ainda previsto por falta de financiamento.
As Linhas de Torres designam o conjunto das 152 fortificações construídas nos seis concelhos sob a orientação do general inglês Wellington, comandante das tropas luso-britânicas no período das invasões francesas, para defender Lisboa das tropas napoleónicas entre 1807 e 1814.
Fonte: http://noticias.sapo.pt/infolocal/artigo/1170854.html