O novo parque ribeirinho entre Alverca à Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, terá seis quilómetros de extensão e permitirá aos utilizadores caminhar, andar de bicicleta, pescar e observar aves. O estudo prévio foi apresentado aos vereadores da Câmara de Vila Franca de Xira na última reunião do executivo. As obras inserem-se numa candidatura apresentada a fundos comunitários para requalificar a zona ribeirinha a sul do concelho.
O projecto assenta num conceito de estruturas verdes, ecológicas e de reaproveitamento dos caminhos existentes. A ideia é ligar a estação de comboios de Alverca à praia dos pescadores e ao futuro parque urbano da Póvoa de Santa Iria. Através de uma passagem superior pedonal será também possível o acesso a Forte da Casa. Ao todo, segundo Luís Ribeiro, arquitecto encarregado do estudo, estarão disponíveis 4,7 hectares e seis quilómetros de trilhos ao serviço da população. "Desde Janeiro que temos estado no terreno a preparar este estudo e temos sempre encontrado pessoas que já usam estes trilhos. É muito interessante", observou Luís Ribeiro.
Junto à praia dos pescadores está prevista a criação de um parque de merendas e uma zona de recreio e lazer. Um centro de interpretação da paisagem irá nascer num conjunto de contentores que actualmente se encontram abandonados no local. "Irão ser reciclados e no local deverá nascer também uma zona de apoio com cafetaria", avançou. Por se tratar de um estudo prévio o projecto não tem ainda um valor definido mas o que foi apresentado agradou aos eleitos municipais. Ainda este ano, recorde-se, o município apresentou também o estudo prévio do novo parque urbano da Póvoa de Santa Iria.
Fonte: http://www.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=&id=52772&idSeccao=479&Action=noticia
Aliás o filme «O Gebo e a Sombra», de Manoel de Oliveira, também terá estreia
em Veneza mas fora de competição, o que motivou Branco, que produziu vários
filmes do decano dos cineastas, a afirmar que «queria mandar um grande abraço ao
Manoel, que foi lá nove vezes comigo e, felizmente, continua a ir lá sem mim. E
espero encontrá-lo lá».
«As Linhas de Wellington», que chegou a ter o entretanto falecido Raúl Ruiz
como realizador, foi assinado por Valeria Sarmiento, viúva do cineasta chileno,
e é protagonizado por um elenco vasto, que conta com nomes como Soraia Chaves,
Nuno Lopes, Albano Jerónimo, Joana de Verona, Afonso Pimentel e Marcello
Urghege, além de figuras internacionais como John Malkovich, Catherine Deneuve,
Isabelle Huppert ou Marisa Paredes.
A película, que envolve uma extensa reconstituição de época, é de um fulgor
invulgar no panorama do cinema português, com o produtor a sublinhar que «talvez
só o «Non ou a Vã Glória de Mandar» tenha sido tão exigente como este em termos
de produção». «As Linhas de Wellington» tem um orçamento de quatro milhões e
meio de euros, sendo o financiamento maioritariamente internacional, com um
milhão e 200 mil euros de origem portuguesa.
O pano de fundo é histórico: Entre 1810 e 1811, o marechal francês Massena
foi derrotado em Portugal pelo general Arthur Wellesley, duque de Wellington,
que liderou um exército anglo-português e utilizou uma estratégia vitoriosa com
base numa linha de fortificações que protegia Lisboa - as Linhas de Torres
Vedras.
Segundo o produtor, «o projeto nasceu de uma conversa e um interesse da
Câmara Municipal de Torres Vedras em comemorar o bicentenário da Linhas de
Torres, através de um possível projecto audiovisual ou cinematográfico, que
pudesse ser um documentário ou uma ficção. A partir daí, devido à riqueza
histórica desse período na história portuguesa e na história europeia, e até a
algum desconhecimento dessa história em termos nacionais, eu aceitei o desafio e
pedi ao Carlos Saboga para escrever um guião».
O que Saboga entregou a Paulo Branco foi, segundo o próprio, «um dos melhores
argumentos que li em toda a minha vida de produtor, e foi lido por vários
realizadores internacionais que tiveram exatamente a mesma opinião que eu. O
projecto, a partir daí, com um argumento desses, tornou-se mais fácil ser uma
realidade».
Claro que ajudou muito o êxito internacional de «Mistérios de Lisboa», também
produzido por Branco, e a presença do seu realizador, Raúl Ruiz, entretanto
falecido: «por causa desse filme os financiamentos internacionais tornaram-se
mais fáceis, porque lá fora acreditaram na qualidade que podíamos trazer a
qualquer projeto filmado em Portugal, na qualidade dos nossos atores e das
nossas equipas». A escolha de Valeria Sarmiento para o substituir não foi
imediata: «havia várias hipóteses em cima da mesa mas eu achei que a pessoa que
mais diretamente conhecia o projeto era ela. Eu já tinha produzido três filmes
com a Valeria Sarmiento, era alguém que eu conhecia profundamente, e senti que a
melhor escolha seria ela».
O facto de aquele período histórico não ser particularmente conhecido,
nacional e internacionalmente, também entusiasmou os atores: Soraia Chaves
sublinhou que «é uma parte da história de que nós não ouvimos falar muito na
escola, parece-me que não é um episódio da história de que queiramos muito
falar. Eu descobri as calamidades que se fizeram e que foram de certa forma
escondidas. O projeto é fascinante também por isso, porque nos permite entrar em
contacto com uma realidade que não nos estava próxima».
Um aspeto particularmente relevante é o facto de o filme ter sido acolhido
pelo Ministério da Educação e, segundo a atriz Joana de Verona, «passar a ser
matéria de estudo programático nas escolas, o que nos deixa orgulhosos de poder
participar num projecto que é tão pedagógico».
Para Albano Jerónimo, na rodagem, «o mais difícil foram as condições
climatéricas, porque foi muito, muito difícil, estava mesmo muito frio. Mas isso
infuenciou também positivamente o resultado final, porque deu ao filme uma
ambiência muito própria, porque o frio tornava presente um lado muito mais
físico».
«As Linhas de Wellington» estreia em Portugal a 4 de outubro, e em França a
21 de novembro, em mais de 30 cidades. Haverá também uma série de televisão de
três episódios intitulada «As Linhas de Torres», com os próprios atores
portugueses a dobrarem as respetivas personagens em francês para exibição na
televisão do hexágono.