Com o objectivo de compensar as populações
pelo funcionamento do Aterro Sanitário do Mato da Cruz e pelo trânsito diário
de dezenas de camiões carregados de resíduos, a Valorsul pagou a construção de
uma piscina junto à localidade de Calhandriz, no concelho de Vila Franca
de Xira. O complexo foi inaugurado em 2002 mas, passados 10 anos, só funciona
nos três meses de Verão, com água fria e, segundo a Câmara de Vila Franca de
Xira, com uma média de 5! utentes diários.
Neste projecto foram gastos cerca de 600
mil euros e, a escassa afluência que foi registando ao longo dos anos, levou a
que os autarcas locais se interrogassem repetidas vezes sobre o “acerto” da
decisão de fazer ali uma piscina coberta. A obra foi feita num extremo do
território da freguesia de Alverca, a uma centena de metros da aldeia de
Calhandriz e a cerca de 6 quilómetros da cidade alverquense. Como a freguesia
de Calhandriz (onde se situa a maior parte do aterro instalado no final da
década de 90 que serve cinco concelhos da região de Lisboa e 12 do Oeste) só
tem cerca de 800 habitantes e a zona envolvente é pouco povoada, a piscina
nunca conseguiu atrair muitos utentes.
Já no final do ano passado, o executivo
camarário socialista decidiu propor o encerramento da Piscina de Calhandriz,
considerando os prejuízos acumulados do seu funcionamento. A proposta foi
aprovada, com o compromisso de que a piscina funcionará apenas nos três meses
de Verão, com água à temperatura ambiente, sem recurso ao sistema de
aquecimento. Segundo Fernando Paulo Ferreira, vereador com o pelouro da gestão
dos equipamentos municipais, esta medida permitirá poupar cerca de 90 mil euros
anuais de despesas associadas ao funcionamento desta piscina.
Agora, a Piscina de Calhandriz
reabriu, temporariamente, mas os hábitos de utilização tornaram-se
ainda mais escassos. “O investimento foi feito para que a piscina funcionasse
em pleno durante todo o ano, foi para isso que foi aprovado”, disse Bernardino
Lima, vereador da CDU, na última reunião camarária, realizada exactamente no
lugar de Calhandriz, lamentando que o executivo PS tenha optado pela
“solução mais fácil de encerrar e retirar a esta freguesia um dos poucos
equipamentos que tem”.
“Neste momento, a Piscina da Calhandriz
tem uma média de 5 utilizadores diários”, refere, por seu turno, a presidente
da Câmara Maria da Luz Rosinha, reconhecendo que esta piscina “fica muito
cara”.
Saiba mais na edição de 18 de Junho do Voz Ribatejana
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